quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Filme "Mil Dias" retrata a importância desse período na vida da criança



Trailer do documentário de longa-metragem "1000 Dias" produzido pela Maria Farinha Filmes, Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, Instituto Alana e Fundação Bernard van Leer. O Lançamento está previsto para março de 2016.





A produção gira em torno da primeira infância, com foco nos primeiros mil e poucos dias (daí o título), que vão desde os nove meses de gestação até os 3 anos de idade. "A mãe é o primeiro exemplo de humanidade que a criança tem contato", diz no trailer o psiquiatra e escritor tcheco Stanislav Grof. O longa, que terá cerca de 1h30 de duração, também trará depoimentos de mães, pais, médicos e especialistas como a neurocientista Patricia Kuhl, da Universidade de Washington, o prêmio Nobel de Economia no ano 2000, James Heckman, e a assessora para a primeira infância do Unicef, Pia Rebello Britto.


O vídeo em homenagem às mães, que reúne trechos de um dos capítulos do documentário, é falado em várias línguas: português, inglês, espanhol, francês e italiano. Segundo Estela – que ainda assina o roteiro de "1000 Dias" e já dirigiu o documentário "Muito Além do Peso" (2012), sobre a obesidade infantil –, a equipe gravou cenas em países como Brasil, Argentina, Canadá, Itália, China, Índia e Quênia. "Queremos mostrar a universalidade da nossa formação, que vai além do lugar ou da religião. As crianças se moldam através das relações, numa combinação de genética, ambiente, com pais, babás, professores, vizinhos", enumera a diretora de 41 anos, que é mãe de três filhos (Marcos, 13, Lucas, 11, e Sienna, 8).
Mari Pedrosa Mitre
Cena do documentário "1000 Dias"
"Ser mãe mudou completamente a minha vida. No primeiro filho, que nasceu menos de um ano depois do casamento, eu estava morando nos Estados Unidos, não tinha babá, ajuda nenhuma, estava longe da família. Foi muito trabalhoso, mas também incrível. Sempre quis muito ser mãe e ter uma família grande", conta Estela.
"Acho que a maternidade é um papel grande, nobre. Conflitos fazem parte da vida, mas meus filhos sabem que são amados, respeitados, precisam de limites. E sempre terão para onde voltar, mesmo que se aventurem, tenham os próprios conflitos e frustrações", completa a diretora, que matriculou seus dois primeiros bebês, aos 6 meses de idade, numa creche dentro do campus da universidade onde fazia mestrado.
"Algumas mulheres têm dúvidas [sobre ser mãe], querem fazer carreira antes. Mas, na minha opinião, você não precisa esperar até ter uma carreira incrível. Claro que cada pessoa tem a sua verdade, mas para mim não ia funcionar escolher, o momento era aquele mesmo", diz. "Não sou dona da verdade, fui mãe do jeito que consegui", pondera Estela.
Além disso, a cineasta aponta que o capítulo sobre as mães deixa claro que esta é normalmente a fase mais prazerosa, mas também a mais difícil, da vida de muitas mulheres, e que elas não nascem sabendo ser mães, amamentar ou identificar quando uma criança está com cólica. "Não é um mar de rosas, é um aprendizado, um processo de amadurecimento. Com o tempo, a convivência, a mulher adquire esse saber", avalia. "1000 Dias" ainda revela as dificuldades que as mães enfrentam para conciliar essa função com outras atribuições, e a falta de valorização que muitas delas sofrem.
Mari Pedrosa Mitre
Filme mostra a fase mais difícil e prazerosa da vida de muitas mulheres
Sobre os vários tipos de mãe existentes – adolescentes, idosas, solteiras, homossexuais –, Estela afirma que esse é um tema atual, mas acredita que no futuro ele soe "datado". "Ainda existe tanta gente com preconceito, mas espero que isso nem seja mais pauta daqui a alguns anos, e que as pessoas perguntem: 'Qual é o problema nisso?'. O que importa é a criança ser amada, querida, ter um ambiente seguro", ressalta.
"O que queremos mostrar com o filme, afinal, é que as crianças, desde a primeira infância, já são pessoas que merecem ser respeitadas, ouvidas, enxergadas, independentemente de conseguirem se expressar com palavras. Elas precisam de atenção, colo, estímulos, segurança e amor", enumera a cineasta. "Esse é um período muito importante, que de fato forma o ser humano. Os 3 primeiros anos são fundamentais, é como uma casa: se você não construir direito, não pode destruir tudo e recomeçar do zero. Não se pode implodir uma pessoa", compara.
Fonte:http://cinema.uol.com.br/noticias/redacao/2015/05/07/documentario-brasileiro-sobre-1-infancia-faz-trailer-em-homenagem-as-maes.htm

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